"Revoir Paris
Un petit séjour d'un mois
Revoir Paris
Et me retrouver chez moi" (Charles Trenet)

19.7.12

Fontain, entre a realidade e a ficção

Como contei rapidamente no post sobre Besançon, eu fui a Fontain para conhecer o cenário que fez parte da história dos meus personagens Ventura e Alexandre Fontain, a pequenina cidade (uma comuna, pra ser mais exato) onde fica a Fromagerie Fontain, que eu "tomei pra mim" com todo respeito e carinho antecipado pelo local que eu ainda nem conhecia.



Era irresistível e inevitável incluir Fontain no meu programa. Pensei em ir de ônibus, e poderia ter ido, se eu fosse menos preguiçosa (risos). A linha que vai para Fontain passava às 7h25, e sob reserva! Eu teria de passar algumas horas lá, pois o primeiro ônibus só voltaria para Besançon à tarde, e eu desconfiava que não teria muito o que fazer. Na recepção do hotel em Besançon me recomendaram ir de táxi. Não saiu muuuito caro. Sim, saiu mais caro que ônibus, o dobro ou um pouco mais, mas táxi em Besançon não é caro. E em termos de horário foi perfeito.

Cheguei em Besançon por volta de 10h e logo entrei na Fromagerie. Parece que mais alguém estava tentando entrar, mas ela não teve sucesso...


A funcionária da Fromagerie ficou pouco à vontade com minhas perguntas. Eu queria saber sobre a cidade, sobre os queijos que fabricavam. Ela só sabia daqueles que estavam ali à venda, o comté. Tinha três tipos de comté, de acordo com o tempo de maturação: o doux é o que que fica menos tempo maturando, só seis meses; o fruité fica 12 meses; e o réserve fica não me lembro quantos meses, mas é mais de um ano (rs).

Meu segundo destino, a igreja. Depois de uma boa subida, estava fechada. Pena... Uma igreja realmente simples, mas bonita, com seu campanário comtois típico. Gostei dela de cara.



O tempo todo na pequena cidade fiquei com a sensação de que eu estava mais sendo observada do que observando. A estranha, andando por ali a tirar fotos, numa comuna de menos de mil habitantes onde todos se dizem bonjour nas ruas. Alguns me cumprimentaram, outros só olharam.

No Gladoux restaurante - épicérie - tabac - café e tudo mais o que precisar, aquele grupo de senhores idosos, conversando sobre o Tour de France, o governo, preços, vizinhos, a senhora no balcão, a moça de batom vermelho e curvas generosas arrumando as mesas para o almoço, tudo como deveria ser na ficção, e o era na realidade.


Fontain era como eu queria e precisava que fosse. Foi mágico.

14.7.12

A à Z chez le libraire

O texto abaixo veio impresso na sacola de papel da livraria-sebo na Galerie Vivienne onde eu comprei quatro livros a 17 euros. Preços excelentes, livros usados e algumas raridades. Comprei um  Balzac de capa dura de 1951 que está super perfeitinho! Esse foi mais caro, foi 12,50. Os outros custaram entre um e dois euros cada. Super!

A. Vous lisez toujours la 4e. couverture avant de choisir un livre.
B. Vous gardez tous les livres qu'on vous a offerts, même ceux que vous ne lirez jamais.
C. Si vous n'avez pas au moins 3 livres à lire d'avance, vous êtes très désagréable avec votre entourage.
D. Vous allez toujours chez le même libraire mais vous ne supportez pas les cartes de fidélité parce qu'il vous plaît de penser que vous pourriez être infidèle même si ça n'arrive jamais.
E. Vous n'achetez jamais le livre qui se trouve le dessus de la pile.
F. Vous ne caressez que des premières éditions.
G. Vous feuilletez rapidiment les nouveautés pour sentir l'encre fraîche et le paier.
H. Vous ne pouvez pas embrasser sur la bouche un homme ou une femme qui n'a pas de livres à la maison.
I.  Vous regrettez qu'apostrophe n'existe plus pour vous inviter.
J. Les critiques littéraires ne sont jamais de votre avis (d'ailleurs ce sont des écrivains ratés).
K. La littérature vous emmerde mais vous ne pouvez pas dormir sans lire.
L. Vous lisez la philosophie à la cuisine et les recettes de cuisine au salon.
M. Vous ne comprenez pas vos amis qui ne laissent jamais traîner des livres aux toilettes.
N. Vous achetez des livres uniquement pour parler avec votre libraire.
O. Quand vous écrivez une lettre vous imaginez qu'elle sera publiée blanche après votre mort.
P. Vous détestez ceuz qui croient que la blanche est en poudre, en plus ils ont souvent mauvaise haleine.
Q. Si les livres étaient publiés au format d'un timbre-poste, vous achèteriez un microscope.
R. Vous adorez quand un livre de poche a encore du sable entre les pages en plein hiver.
S. Vous rêvez de faire l'amour sur des milliers de livres même si ça doit être désagréable.
T. Vous pouvez passer une journée entière à voyager de mots en mots dans un dictionnaire.
U. Vous pouvez vous arrêter de respirer pendant 2 minutes, pas de lire.
V. Vous lisez avec le même plaisir la composition d'un déodorant et d'un roman pornographique.
W. La rentrée littéraire est une connerie parce que vous n'arrivez pas à tout lire.
X. Il vous est impossible de prêter vos livre, mais on peut les lire chez vous.
Y. Vous ne jetez jamais un livre à la poubelle parce qu'il n'y a là personne pour les lire.
Z. Si vous avez répondu oui de A à Z, retournez d'urgence chez votre libraire.


13.7.12

Besançon, la capitale de la Franche-Comté

Lyon é uma grande cidade da França, tal e coisa. Vocês podem se perguntar: o que a paraense foi fazer em Besançon afinal?

A historinha é assim: eu fui escrevendo meu livro (ainda não publicado, quem quer me indicar aí pra uma editora bacana?) e escolhi o sobrenome da minha personagem principal: Fontain. Eu sabia que ela teria ascendência francesa e, sei lá, apesar de esse nome não existir de verdade num dicionário (o mais próximo é Fontaine= fonte, chafariz), me veio à cabeça e eu gostei. E depois, assim, quase sem querer, descobri que existia um lugarejo na França, dentro da Grande Besançon, chamado Fontain! Irresistível chamado da ficção tornando-se realidade.

E assim incluí Besançon no roteiro, e que grata surpresa! Eu adorei Besançon, juro que passaria férias só lá. É muito bonito o Franche-Comté, com seus telhadinhos típicos, seus campanários, a braderie (feira livre) da Grande Rue, seus queijos deliciosos. Enfim, me apaixonei pela região em apenas dois dias.

Primeiro vou falar só de Besançon. Fontain merecerá um post só para si. ;)

Besançon tem bastante coisa para ser vista, mas eu tinha pouco tempo, e ainda cheguei lá meio ruim do estômago, então o primeiro dia foi meio de molho no hotel. Aliás, excelente hotel. Fiquei em um Ibis também em Lyon, muito bom, mas o de Besançon ganhou pelo atendimento muito muito amigável e atencioso e o restaurante delicioso e charmoso: La Taverne de Maître Kanter.



Do pouco que vi, recomendo tudo! Um delicioso e leve almoço na Brasserie Granvelle (Tarte salée de morbier, que vem a ser um queijo tuuuudo de bom) e depois uma agradável visita ao Musée du Temps.


O Musée du Temps fica no Palais Granvelle, este cujo claustro vc vê aqui em cima. Como uma bela construção comtoise que se preze, está encimada pelo lindo telhadinho comtois.

detalhe do telhado do Palais Granvelle

O museu é muito legal. Tem todo tipo de relógio que vc imaginar e muito mais. É um pouco museu da cidade, pois tem mapas antigos de Besançon e uma maquete linda da cidade. É um ótimo passeio, e pra quem não se incomoda com altura, é possível até subir na torre (não, eu não subi; sim, eu me incomodo com altura).


O relógio acima é um relógio astronômico. Ele tem as tradicionais horas e minutos, mas também a data, fase da lua, feriados e tudo mais.

Besançon está em obras para a instalação de um tramway. Felizmente meus passeios não foram muito prejudicados pelas obras, mas dá pra perceber o efeito no trânsito. Duas curiosidades: é uma cidade com muita mosca (na gare, então!) e com uma insuficiente quantidade de táxis. Se vc precisa de um táxi em Besançon, agende com antecedência, porque pode demorar pra achar um disponível. Na gare não tinha nenhum. Passageiros recém-chegados acumularam-se no ponto de táxi, esperando, esperando...

Le Doubs

A estação é organizada e o serviço no geral é bom, mas falta elevador (só serve o lado de lá das plataformas) e eu tive que descer e subir escadas com as malas pesadas. Então prepare-se para a musculação!

11.7.12

Lyon

Somente um dia em Lyon não dá pra grande coisa, claro. Mas deu pra perceber que é uma cidade muito dinâmica e não muito turística. O pouco que andei por lá me deu a impressão de muita gente trabalhando, muitos jovens com cara aborrecida e pouca gente a passeio.

Meu programa turístico foi um passeio à pied às margens do rio Rhône (Ródano), no qual eu vi uma mulher correndo pra não deixar rebocarem seu carro e logo depois outra correndo na mesma direção achando que o reboque era para o carro dela. Será que o estacionamento é um problema em Lyon?

No Quai Jean Moulin, lindo jardim em homenagem ao célebre resistente.

O tempo tava mais ou menos. Peguei chuva, mas não forte. E as pessoas continuam andando debaixo da chuva como se nada houvesse.

La Rhône, mes amis, c'est pas la Seine... Mais c'est beau quand même. ;)

Achei o metrô mais ou menos, mas a Gare de La Part-Dieu muito boa. Organizada, limpa e fácil de se achar. Só penei pra achar meu vagão no trem...

Próximo capítulo, a fofinha-canteiro-de-obras Besançon, capitale de la Franche-Comté.

p.s.: Fui ao Les Vengeances Tardives, mas confesso que não gostei muito. Decepcionante... :\

10.7.12

Voilà, j'y suis!

Salut, les gars!

Hoje faz uma semana que cheguei, estou muito em dívida com o blog! Vamos la À la recherche du temps perdu, como diria Proust! ;)

Primeiro gostaria de dar umas dicas sobre o voo. Eu viajei de TAP, as tarifas eram mais atraentes para os trajetos que eu ia fazer, e sempre pode ser uma boa solução para quem se sente mais confortável tratando em português. O atendimento foi muito bom, aliás, tinha um comissário espetacularmente lindo no meu voo até Lisboa, não posso deixar de comentar. ;D

Aí eu vos digo.Se vc vai fazer uma escala, como eu fiz, e passar pelo controle de passaportes em LIsboa, preste muita atenção ao seu tempo de escala entre um voo e outro. Eu tinha duas horas de escala, mas o voo atrasou meia hora do Rio. Só meia hora foi suficiente para quase eu perder minha escala para Lyon, porque a fila de controle de passaportes no aeroporto de Lisboa era gigantesca! Parecia uma feira, o funcionário do aeroporto ia gritando ao lado da fila os destinos dos voos para tirar da fila grande e colocar nas prioridades as pessoas com os voos mais próximos.

- Veneza! Marseille! Lyon! - gritava o rapaz.

E nem a fila de prioridades andava. Um medo que me pelava de perder a conexão. Quando carimbavam meu passaporte, já chamavam meu nome nos alto-falantes! No fim, com direito a corridas cinematográficas e nada elegantes pelas salas de embarque, consegui pegar meu primeiro Embraer rumo a Lyon.


O avião da Embraer é essa fofura aí, bem pequeno, só três cadeiras por fila, mas é confortável e apesar do tamanho o voo foi tranquilo, sem grandes balanços.

E é preciso mencionar o aeroporto de Lyon. Chama-se Saint Exupéry e já fica valendo a visita só pelo nome, né?


Aguardem os próximos posts sobre Lyon, Besançon, Fontain e os primeiros dias em Paris. ;)